Em 2007, trabalhando na Rádio Oeste da Paraíba e iniciando no jornalismo, fiz uma crítica dura ao trabalho do então deputado estadual José Aldemir, em meio a uma discussão sobre a situação caótica da saúde pública da nossa região. Com tom forte, lamentava a forma como era utilizada a precariedade dos serviços públicos para se fazer política, e cobrava que pudéssemos contar em médio espaço de tempo com uma forma plena de tratamento para os nossos pacientes em casa, uma utopia que carrego até hoje, apesar dos avanços.
Pois bem, passados alguns meses ou anos, não lembro bem o tempo, surge um problema de saúde na família, e um tratamento especializado que, claro, Cajazeiras não dispunha, precisava ser feito, e a urgência do caso necessitava de duas coisas, pressa e dinheiro. A primeira, nos deixava angustiados pela origem humilde, e a segunda desesperados, pois até uma simples transferência era algo do outro mundo.
Ei que surge alguém que se dispôs a oferecer ajuda através, justamente, do deputado José Aldemir, o que me deixava no momento contrariado, porém, nessas horas não se pensa na forma como a ajuda vem, e se diz bem-vinda. Transferência feita, diagnóstico realizado e tratamento iniciado.
Foram meses para finalizar o tratamento que, graças a Deus, culminou com a cura total da patologia, mas que teve todo o acompanhamento de uma equipe de pessoas ligadas ao deputado. Foi então quando a pressa se transformou em paciência, e o desespero em agradecimento, pois tal gesto não se pagaria jamais com notas que a família nunca disporia.
Retornei a 2007, e me lembrei das críticas propagadas na época e pedi desculpas em silêncio, depois tornei público o caso no ar. Reconheci, naquele episódio, que não bastava exigir, mas que era preciso e necessário conhecer de perto os atos e ações antes de criticá-los. A “ambulacioterapia” palavra que deixei de utilizar, nada mais era do que ação social importantíssima, digo mais, humanidade e dignidade que infelizmente falta em muitos políticos nos dias de hoje, e algo que dignifica qualquer cidadão, respectivamente.
E não é a toa que Zé Aldemir é tão querido, amado e respeitado por tantos que veem em sua pessoa não só um político, um médico, mas um ser humano de um coração sem tamanho.
Eutim Rodrigues