As convenções partidárias ainda nem foram realizadas e a campanha sequer iniciada, pelo menos oficialmente, mas o procurador jurídico adjunto da Assembleia Legislativa, Jeová Campos (PT), já fez um primeiro comício.
Sob a justificativa de ‘entrevista coletiva’, o “Rei do Alho” reuniu todas as emissoras de rádio de Cajazeiras e redes sociais da internet para acusar a professora Socorro Delfino e, nessa esteira, promover um verdadeiro comício eletrônico, com direito a discursos, falas, fotos e torcida organizada.
Embora não seja candidato nas eleições vindouras, Jeová é primo do pré-candidato Chico Mendes e, portanto, concorrente ao mesmo cargo disputado por quem, por 1 hora e 43 minutos, foi açoitada por denúncias sem provas: Corrinha Delfino.
O ex-deputado parte do princípio de que a ex-Secretária de Educação falsificou a validação do seu Diploma de Mestrado, ou pelo menos sabia dessa falsificação!
Pincei cinco frases de Jeová que comprovam o que afirmo acima:
1) “a ex-Secretária usou um documento falso para aumentar o salário dela”;
2) “quem é capaz de usar documento falso, o que não fará com a Prefeitura de Cajazeiras?”;
3) “esse documento falso foi comprado”;
4) “a ex-gestora igualmente cometeu crime ao permitir que outras pessoas também se beneficiassem dessa falsidade;”
5) “ela enganou o Tribunal de Contas do Estado – TCE.”
Como professor da Ciência Jurídica, Jeová sabe que, agora, ele deve provar o que afirmou no seu comício disfarçado de entrevista, com direito a falas inclusive do próprio pré-candidato Chico Mendes, ovações de correligionários e até foto com o V de vitória!
De outra maneira, o “Rei do Alho” terá, ele sim, cometido crime contra a honra alheia, seja injúria, difamação ou calúnia, talvez até todas juntas.
Importante registrar que na tal “entrevista” formavam mesa com Jeová o Prefeito de São José de Piranhas, Bal Lins, seu primo, o deputado e pré-candidato Chico Mendes, também seu primo, o médico Pablo Leitão, já anunciado como vice-prefeito na chapa oposicionista, além de Marcos Campos, seu irmão, que tem o nome lembrado como substituto de Chico na disputa eleitoral, caso se confirme a inelegibilidade do parlamentar piranhense.
Quer dizer, no palco da encenação midiática estavam todos os atores oposicionistas de uma disputa cuja campanha sequer foi ainda permitida pelo TRE.
Se a Justiça Eleitoral foi afrontada, não sei. Cabe a ela dizer.
Mas que foi um comício, disso não tenho dúvidas!