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Cajazeiras, PB
A conta é de espantar! Mas é a mais pura verdade. Na ponta do lápis, somando dia por dia, salário por salário, mês a mês, ano a ano, chega-se ao número que causa espanto. Um trabalhador piranhense assalariado, teria que trabalhar praticamente a vida inteira para conseguir ganhar o que o cantor Wesley Safadão vai embolsar em pouco mais de uma hora e meia de show, ou seja, R$ 900 mil na Micaranhas 2024, e o pior, numa segunda feira, data em que geralmente, os cachês são bem, mas bem mais baratos.
Com trinta dias de trabalho forçado, o trabalhador recebe R$ 1.420,00 que mal dá para fazer a feira, somando pouco mais de dezessete mil ao final de doze meses do ano, perto de R$ 200 mil ao longo de dez anos, R$ 400 mil com vinte anos de trabalho, e por ai vai.
Como será que se sente um trabalhador assalariado como esse, ao ver que a prefeitura a qual ele contribui com impostos saídos desse mísero salário, vai arrancar dos seus cofres quase R$ um milhão para pagar o cantor que ficará pouco mais de uma hora e meia no palco?
Esse questionamento com certeza deve está sendo feito em meio as famílias piranhenses que precisam se virar com um salário mínimo por mês, tendo que se privar muitas vezes dessa ou daquela escolha para quitar seus compromissos, em sua maioria com comida e impostos.
E estamos falando sobre aquelas famílias que dispõem de um salário mínimo por mês, imagine as que nem com isso podem contar, tendo que fazer mágica com R$ 600 de um bolsa família? É realmente algo a se refletir!
